Grande parte da população do Concelho do Seixal quando ouve falar do Sapal de Corroios pensa logo em lixo, lama, mosquitos e maus cheiros. Por um lado não deixam de ter razão, mas o que não quer dizer que sejam estas as características deste ecossistema, isto deve-se fundamentalmente ao abandono que esta área esteve dotada pelo homem ao longo dos anos, despejando ali entulhos, monstros domésticos e todo o tipo de lixo.
Tempos houve em que todos os esgotos descarregavam para o Sapal. É também anexo a esta zona que se situa a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) da Quinta da Bomba que, embora de inquestionável importância pois trata todos os efluentes domésticos que outrora corriam para o Sapal, por vezes o seu funcionamento provoca maus odores nas localidades adjacentes e que erradamente são atribuídos ao Sapal de Corroios.
Tempos houve em que todos os esgotos descarregavam para o Sapal. É também anexo a esta zona que se situa a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) da Quinta da Bomba que, embora de inquestionável importância pois trata todos os efluentes domésticos que outrora corriam para o Sapal, por vezes o seu funcionamento provoca maus odores nas localidades adjacentes e que erradamente são atribuídos ao Sapal de Corroios.
O nome Sapal é assim dado por possuir uma vegetação própria das zonas húmidas, particularmente de águas salobras, cuja formação é tipicamente recortada em pequenas ilhas cobertas de vegetação, intercaladas por uma rede imbricada de linhas de água de fundo lodoso. Aqui é produzida matéria orgânica que é a base cadeias alimentares do estuário do Tejo, servindo de sustento a todos os animais do estuário, nos vários níveis tróficos. A vegetação que cobre e descobre consoante as marés, produz uma quantidade elevada de oxigénio e tem a capacidade de fixar junto às raízes os metais pesados, produzidos pela industria metalúrgica pesada que durante anos se estabeleceu na margem esquerda do rio Tejo, reduzindo assim o risco para a saúde humana.
A área do Sapal de Corroios é uma zona de Domínio Público hídrico, abrangida pela legislação da Reserva Ecológica Nacional e desempenha um papel vital para as populações de peixes, bivalves, crustáceos e aves limícolas, residentes e migratórias do estuário do rio Tejo.
Noutros tempos a população retirava daqui a sua forma gratuita de alimento, nomeadamente em ostras, berbigão, amêijoa, canivete e mexilhão, e com a actividade da apanha de isco para a pesca.
Noutros tempos a população retirava daqui a sua forma gratuita de alimento, nomeadamente em ostras, berbigão, amêijoa, canivete e mexilhão, e com a actividade da apanha de isco para a pesca.
A nível da fauna constituí protecção e abrigo para muitas espécies de peixes que aqui vem fazer a desova como a Tainha, o Robalo, o Linguado, a Dourada, o Sargo, a Solha e a Enguia. Para as aves, em especial as limícolas, é um local para a recuperação de forças nos trajectos migratórios que estabelecem, nomeadamente entre muitas espécies o Flamingo, o Perna-Longa, o Maçarico, o Alfaiate, a Andorinha-do-Mar, a Tarambola, a Garça-Real (símbolo do nosso concelho), o Pato Real e a Águia Sapeira ou mesmo a Águia Pesqueira.
Pois é, a Águia Pesqueira que há pelo menos 5 anos visita o nosso Sapal, é uma das espécies mais ameaçadas do mundo e que actualmente não se reproduz em Portugal. Segundo especialistas, são apenas quatro as Águias Pesqueiras que visitam o nosso país vindas da Finlândia, estando uma delas no Sapal de Corroios torna-o assim especial e aumenta a nossa responsabilidade na preservação destes 55 hectares do concelho do Seixal.
Como vê o Sapal de Corroios não é apenas uma zona de mosquitos, lodo e mau cheiro. É um Museu vivo de história natural. Aproveite para o conhecer pessoalmente, visitando o "coração" da Reserva Ecológica Nacional do Concelho do Seixal.
Como vê o Sapal de Corroios não é apenas uma zona de mosquitos, lodo e mau cheiro. É um Museu vivo de história natural. Aproveite para o conhecer pessoalmente, visitando o "coração" da Reserva Ecológica Nacional do Concelho do Seixal.