18.1.09

Sapal: o que é, sua importância.

Sapal

Um sapal é um habitat húmido, ou zona húmida, com vegetação característica que tolera um solo salino – vegetação halófita. Os sapais desenvolvem-se em torno de estuários e no lado abrigado de línguas de areia e cascalho. Possuem habitualmente uma rede de braços e de canais de drenagem, através dos quais as águas das marés entram e saem do sapal.


Qual a importância do Sapal?

Os sapais desempenham um papel regulador fundamental em termos do ciclo hidrológico pois permitirem:

  • a deposição de matéria orgânica e nutrientes (como o fósforo e o azoto), transportados pela água dos rios e marés, em que a sua acumulação ou incorporação na vegetação residente, tornam estas zonas em ecossistemas húmidos bastante produtivos;

  • o controlo de cheias e inundações nas zonas adjacentes:;

  • a recarga de aquíferos e de purificação de águas doces;

O Sapal é, ainda, um amortecedor de temporais, absorvendo a grande energia das ondas de tempestade e actuando como reservatório das suas águas reduzindo assim os danos para o interior.

Além disso, os sapais contêm uma enorme diversidade faunística e florística de relevo nacional e internacional, principalmente como habitat aves aquáticas (migratórias ou não), crustáceos, bivalves e constituem abrigo e protecção dos peixes juvenis contra predadores, garantindo a sua sobrevivência e a manutenção dos stocks de pesca das zonas costeiras adjacentes.

No entanto, é de ressalvar que os sapais são ecossistemas frágeis e encontram-se entre os mais ameaçados a nível global, pelo que deverão ser explorados cuidadosamente, de forma a manter a sua herança cultural e natural, beneficiando residentes locais e visitantes. Por exemplo, a interferência com o movimento natural dos sedimentos e dos nutrientes, quer por pressões urbanísticas, quer por contaminação dos sapais por efluentes industriais, agrícolas ou domésticos ou alteração da morfologia do sapal pelas intensificações de pisciculturas, pode ter graves consequências sobre ele e zonas adjacentes, nomeadamente pelo aumento da sua degradação e erosão e pela redução de biodiversidade.


A conservação, valorização e criação adequada das ZH são assim aspectos de grande relevância. Daí que, desde 1997, se celebre o dia mundial das zonas húmidas a 2 de Fevereiro, data em que foi assinada a Convenção de Ramsar.



Zonas Húmidas em Portugal

As Zonas Húmidas ocupam apenas 3% do território europeu. Em Portugal foram identificadas 49 ZH, estando algumas classificadas como sítios Ramsar, totalizando uma área de 66 094 ha. O Estuário do Tejo, a mais importante zona húmida do país e uma das dez mais importantes da Europa, onde se inclui o Sapal de Corroios, e a Ria Formosa foram os primeiros sítios Ramsar designados em 1980.
(fonte: Confagri; Wikipédia)